quarta-feira, 13 de junho de 2012

Polícia prende executor e mandantes do Jornalista Décio Sá

O assassino de Décio Sá

Jhonatan de Sousa Silva (foto ao lado e compare com o retrato falado abaixo), 24, natural da cidade de Xinguara, no Estado do Pará, é o principal suspeito de ter assassinado o jornalista e blogueiro Décio Sá, na noite do dia 23 de abril, num bar na Avenida Litorânea.
Ele será apresentado em coletiva à imprensa na sede da SSP, no Outeiro da Cruz, às 15h desta quarta (13).
Ele foi preso dia 5 de junho, por tráfico de drogas. Numa casa alugada na Avenida General Artur Carvalho, durante revista, policiais da Seic encontraram nove tijolos de crack de 1,1kg cada um, totalizando aproximadamente 10 quilos da droga; uma máquina de prensar a droga; uma escopeta calibre 12 e uma pistola ponto 40, que segundo a Polícia, seria de um policial que perdeu durante diligências.
Retrato falado do assassino de Décio Sá
Além da autuação pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de uso restrito, o criminoso já responde por um duplo homicídio na cidade de Santa Inês, onde ele teria matado duas pessoas por conta de uma discussão, e ainda outro homicídio ocorrido em Xinguara, cidade natal do criminoso.
Entenda o Caso:

A polícia acredita que tudo teve a ver com posts de Décio Sá sobre o assassinato de um agiota em Teresina a execução do jornalista no dia 23 de abril, num bar na Avenida Litorânea.
Os homens da SSP prenderam hoje os empresários Gláucio Alencar e seu, pai, conhecido como Miranda. Eles são os supostos mandantes, trabalham com venda de merenda escolar para prefeituras e são suspeitos de envolvimento com agiotagem em todo o Maranhão.
Execução de Fábio Brasil em Teresina
A teia para a elucidação do crime começou a ser desenrolada quando os investigadores ligaram duas postagens do Blog do Décio – Homem que devia agiotas no Maranhão é executado em Teresina e Morte de Fábio Brasil ainda vai dar muito o que falar - ao assassinato do jornalista.
Ocorre o seguinte: Fábio Brasil, conhecido agiota de Teresina, teria contratado um pistoleiro para matar Gláucio Alencar, a quem devia R$ 200 mil. O acerto para o assassinato girava em torno de R$ 100 mil.
Sem dinheiro para pagar pelo “contrato” com o matador, “Fabinho” foi descoberto quando o próprio “contratado” revelou a Glaucio a trama e ofereceu seus serviços pelo mesmo preço.
Valdênio José - assassinado antes de ontem
A amigos, Gláucio negou que tenha aceitado a proposta. Mas o fato é que duas semanas após esse evento, Fabio Brasil foi morto a tiros. Valdênio José da Silva – preso logo no início das investigações e morto a tiros anteontem (11) já havia confessado participação no crime do Piauí.
Décio Sá soube do assassinato e fez a primeira postagem. Depois, por meio de um amigo em comum com o agiota, soube de toda a trama e fez a segunda.
Na mesma época, num encontro num restaurante, Glaucio estava à mesa com alguns jornalistas e blogueiros quando surgiu o assunto do crime. Décio disparou: “Eu estou sabendo que foste tu quem mandou matar o Fábio Brasil”. Todos emudeceram.
Gláucio, então, chamou Décio para um conversa reservada e outra ocasião e disse que não foi ele quem mandou matar o agiota Piauiense, mas um cidadão chamado Junior Bolinha – empresário do ramo de veículos, espécie de sócio do suposto agiota e também preso na operação “Detonando”.
Júnior Bolinha - empresário
Bolinha – que já havia perdido uma concessão da Coca Cola em Santa Inês  por conta de uma denúncia publicada no Blog do Décio em 2009 - de alguma forma soube que o jornalista tinha essa informação e sentiu-se novamente ameaçado pelas postagens.
Segundo Gláucio, Bolinha teria agido por conta própria para mandar matar o jornalista

Um comentário:

  1. O jornalista Décio Sá foi assassinado por uma quadrilha formada pelos agiotas Gláucio Pontes e seu pai, conhecido por Miranda, que também executaram o “empresário” Fábio Brasil, em Teresina (PI).
    A polícia também já prendeu o homem conhecido por Júnior Bolinha, que teria sido o responsável pelo agenciamento do pistoleiro, preso na semana passada e co-autor do crime .
    Segundo as investigações, Décio entrou na mira de Gláucio quando começou a denunciar em seu blog as ações de agiotas no Maranhão.

    Como fachada para seu negócio de empréstimo, o agiota mantinha empresas de fornecimento de material escolar e medicamentos, o que lhe garantia proteção de políticos – deputados e prefeitos – e até membros da polícia e do Judiciário.
    A morte de Fábio Brasil
    A trama remete a outubro do ano passado. Naquele mês, o agiota recebeu um pistoleiro que lhe contou ter sido contratado para executá-lo por Fábio Brasil – ou Júnior Brasil, como era conhecido.
    Motivo: Brasil lhe devia R$ 200 mil e não tinha como pagar. Como saída, resolveu matá-lo, oferecendo R$ 100 mil ao pistoleiro. Morte de Fábio Brasil teria levado à execução de Décio
    Como não pagou o executor, o bandido procurou Gláucio, oferecendo o serviço pelo mesmo valor.
    Tudo está registrado em uma ocorrência policial investigada pela polícia. Neste boletim, o “empresário” diz ter recusado o serviço”, mas, segundo a polícia contou a história para que Júnior Bolinha resolvesse.
    Meses depois, Fábio Brasil foi morto em praça pública, em Teresina. Décio Sá publicou a notícia e, depois, foi informado de que o mandante seria Gláucio. (Leia aqui a notícia da morte de Brasil) Morte de Fábio Brasil teria levado à de Décio
    Jornalistas e agiotas
    Há informações de que Gláucio e Décio Sá teriam se reunido – juntamente com outros jornalistas – ocasião em que o agiota teria dito que o autor do crime contra Fábio Brasil seria, na verdade, Júnior Bolinha, que o estaria chantageando para resolver o valor da execução.
    Neste meio tempo – por intermédio de um homem conhecido por Buchecha, Bolinha já havia alugado uma casa no Parque Vitória e trazido dois homens do Pará.
    A princípio, a dupla faria um sequestro do pai de Gláucio, o Miranda – também preso hoje – como forma de pressionar o comparsa a pagar os R$ 100 mil pela morte de Brasil.
    Mas Bolinha acabou informado – provavelmente pelo próprio Gláucio - de que Décio Sá sabia de mais e aproveitou os bandidos do Pará para executar o jornalista antes da publicação da matéria

    Rixa antiga
    Bolinha já nutria ódio mortal de Décio Sá desde 2009, quando o jornalista publicou matéria do seu envolvimento em roubo de veículos – ele chegou a ser preso, em operação da Polícia Federal, com um trator roubado em sua propriedade, em Santa Inês.
    Nesta mesma ocasião, Gláucio conseguiu escapar da prisão por causa da interferência de um policial amigo, que o avisou da ação da PF

    Por conta da notícia de prisão publicada no blog de Décio, Bolinha perdeu a bandeira da Coca-Cola, que representava em Santa Inês. Segundo as investigações, resolveu então que “não deixaria Décio destruir sua vida mais uma vez”, com a revelação da morte de Fábio Brasil.
    Mansão no Calhau
    Para matar Décio, Bolinha contou com a ajuda do próprio Gláucio na empreitada, segundo a investigação.
    A polícia descobriu que o empresário-agiota mantinha uma casa no Calhau, a menos de 500 metros da área por onde os assassinos de Décio Sá empreenderam fuga. A casa servia apenas de escritório particular e depósito de material escolar.
    A polícia entende que os bandidos se deslocaram para lá na noite do crime, o que impossibilitou a captura, já que não estavam nas ruas.
    Com os depoimentos de Valdêmio José da Silva e a prisão de um dos executores, a polícia montou as últimas peças do quebra-cabeça, resultando na prisão dos mandantes nesta manhã.
    E assim, elucidou o assassinato do jornalista…

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